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Agradeço aos 112.421 mil eleitores que me reconduziram a Câmara dos Deputados. Muito Obrigado.

Continuarei defendendo o meio ambiente, a agropecuária e a infraestrutura. Por meio das quais quero melhorar saúde, segurança e educação públicas, beneficiando diretamente a população matogrossense a que represento no Congresso Nacional.





quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Entrevista - Deputado conta sua odisseia política

Texto: Dafne Spolti. 
Jornal Circuito MT
O deputado federal, Homero Pereira (PR-MT), falou ao Circuito MT sobre sua defesa ferrenha ao agronegócio, sobre a legislação ambiental, considerada um empecilho aos produtores, e também o que muda com o novo Código Florestal. Homero, candidato a deputado federal nessas eleições, também garante não ter participado de rombo financeiro. Segundo ele, isso é um equívoco.

Circuito Mato Grosso – O Senhor representa apenas a classe agrária na bancada federal? Quais são suas outras propostas?

Homero Pereira - Obviamente que minha origem é da área rural. No entanto, somos oito deputados federais em Mato Grosso e nenhum pode se dar ao luxo de defender só um segmento ou categoria. Então a gente acaba interagindo com todos os segmentos. No tocante a essa questão da agropecuária, quando a gente defende um segmento que é praticamente responsável por mais de 50% do PIB estadual, estamos defendendo também a geração de emprego nas cidades. Porque as indústrias que temos, são agroindústrias. Se a agropecuária vai mal, praticamente todos os segmentos da economia vão mal. Ocupei-me, nos quatro anos no Congresso Nacional, com quatro grandes linhas de ação, inspirado no nosso saudoso senador Jonas Pinheiro, que também atuava nessa área. Primeiro a questão da regularização fundiária. Em Mato Grosso temos muitas áreas das quais a pessoa não tem o título da terra. Se não tem o título, não tem cidadania. Ele não pode acessar políticas públicas, não pode ter acesso a crédito.

A segunda linha foi a questão da logística de transportes. Fundei uma frente parlamentar de logística de transportes e armazenagem, da qual eu sou presidente, e que tem 321 deputados que aderiram e 23 senadores. O que estamos fazendo? Tentando destravar a questão dos licenciamentos para a construção de novas rodovias; a questão das hidrovias – Mato Grosso é riquíssimo em recursos naturais, por exemplo, de hidrovias. No entanto, não as utilizamos para navegar. Só usamos delas o potencial energético.

A terceira bandeira é a questão ambiental. A gente sabe que talvez um dos maiores inibidores de investimento no estado é a atual legislação brasileira. Dificilmente tem uma propriedade rural hoje que esteja em conformidade com a atual legislação ambiental. Se tem uma lei que consegue fazer com que quase todas as pessoas não estejam em conformidade, certamente o que está errado não são as pessoas, é a lei. Por isso, estamos alterando. Nós estimulamos a criação de uma comissão especial para revisar o atual Código Florestal Brasileiro. Tivemos inúmeras audiências públicas. Visitamos todos os biomas e conseguimos produzir um relatório, do nosso companheiro Aldo Rebelo, de São Paulo (e foi aprovado no último dia 6, agora, lá na Comissão) que vai tentar ser uma legislação pacificadora entre a relação da produção e do meio ambiente. Tem dois pilares: um é que não estimula novos desmatamentos; e o outro   é consolidar as áreas que estão hoje em produção. Não queremos que nenhum hectare de terra que esteja em produção no nosso país volte a ser área nativa, até porque o Brasil tem 56% do seu território preservado. Do jeito que estava quando Cabral chegou aqui 56% dos territórios está preservado.

O quarto ponto é sobre política agrícola. O estado está longe do centro de consumidores e somos um grande produtor de alimentos. Então a gente tem que ter políticas públicas para dar sustentação de preço à nossa produção. Enquanto não tivermos hidrovias navegando, ferrovias cortando o estado, vias adequadas, o governo tem que dar sustentação de preço através de políticas públicas, políticas agrícolas. Conseguimos fazer nos três últimos anos dois bilhões de reais para política de sustentação de preço através de alguns mecanismos que o governo federal tem. Por que a gente faz isso? Para não haver colapso no meio rural. Isso significa desemprego na cidade.




CMT – MT é o segundo estado no País com maior concentração de terras. São 69% de áreas maiores que 3.500 hectares. Enquanto isso, 100 mil famílias aguardam um espaço para produção e moradia. O senhor é favorável à limitação da propriedade da terra?

HP – Não. A princípio eu não sou favorável à limitação da terra. Acho que tem que ter políticas públicas para isso. Sou contra o latifúndio improdutivo, mas o estado de Mato Grosso tem perfil fundiário, e pelo fato de a gente estar longe dos grandes centros, se não tiver escala, não consegue ser competitivo. Então dificilmente uma pequena propriedade em produção isolada vai competir se fizer uma agricultura ou pecuária de mercado. Tem que ter políticas públicas para que isso se dê de forma associativa, cooperativa. Em MT costumo dizer o seguinte: Ninguém é grande porque tem ganância por ser grande. A maior parte dos grandes são migrantes de pequenas propriedades do sul. Foi a reforma agrária que já aconteceu. Como lá as terras eram valorizadas, eles as venderam e compraram aqui uma área maior para ter mais escala. Então o fato de ser grande em MT, desde que produza, não é pecado nenhum. Agora uma coisa eu quero lhe dizer. No campo não está a solução para os problemas da cidade. Para o desemprego, principalmente. Não adianta pegar uma pessoa que não tenha vocação para o meio rural e querer colocá-la no campo porque ela está desempregada na cidade... Tem que fazer um trabalho de qualificação para mão de obra.

CMT – Quais são suas propostas em relação à segurança? E às drogas? E ao tratamento de dependentes químicos?

HP – Tem que fazer tudo de forma preventiva. O investimento melhor que possa fazer é em educação. Se puder investir em educação para que as pessoas se eduquem melhor, tenham a boa convivência etc. A política coercitiva, só dá correção lá na frente ou o comando, controle etc. é frustrante ver isso porque nota-se que o atual sistema nosso não é muito corretivo no sentido de reinserir a pessoa na sociedade. Tem que investir na educação para fazer a inserção dessas pessoas.

CMT – De que forma lidar com as pessoas que já estão passando por problemas?

HP – Acho que no Brasil nós temos ainda pouco  sistema de voluntariado. Não se pode deixar isso só a cargo do Estado. O Estado é muito lento. E você nota que as iniciativas de sucesso nisso sempre são do voluntariado.

CMT – Qual é o modelo ideal de sociedade que imagina?

HP - Uma sociedade sustentável. A sustentabilidade consiste num tripé econômico, social e ambiental. A sociedade que defendo é isso. Onde todos possam viver com dignidade economicamente, tendo responsabilidade social (exemplo do que falei sobre o voluntariado), a questão da boa convivência, tratamento como irmãos entre todos independente das suas questões ideológicas ou não, tirar um pouco o preconceito que temos; e a questão ambiental, obviamente, que é o componente que tem que ser inserido em nossa vida. Qualquer coisa de que se fala sobre o meio ambiente dá a impressão de que é só rural, mas tem que haver um trabalho de educação ambiental na cidade.

CMT – Durante o período em que esteve à frente da Senar, houve um rombo de R$ 10 milhões dos Programas “Agrinho” e o de “Formação Rural e Promoção Social”, voltado para estudantes e trabalhadores rurais. O que aconteceu? Como está o processo?

HP – Primeiro não teve esse rombo. Isso foi uma notícia equivocada. Foi um problema de denúncia de uma empresa que perdeu uma licitação, né? Perdeu uma licitação e denunciou que estava tendo desvio ou coisa parecida. Esse processo...

CMT – Que legado deixa após esse mandato como deputado?

HP – Acho que o que eu deixei foi a consciência tranquila do dever cumprido. Fiz poucos compromissos ao longo do meu mandato, mas tenho certeza de que aqueles mais de 100 mil eleitores que votaram em mim na campanha passada sabem que pela interatividade que a gente teve durante o mandato, eu não tive nenhuma coisa que me desabonasse em relação ao meu comportamento.
Leia a entrevista no site Circuito Mato Grosso

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